ABCCC planeja retomada gradual do ciclo da raça Crioula

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) divulgou nota na noite desta quinta-feira, dia 21 de maio, informando que, após a formulação de um protocolo de controle sanitário e social, visando seguir as medidas adotadas no enfrentamento à pandemia de Coronavírus (Covid-19), a entidade recebeu oficialmente a autorização do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para a retomada das atividades de seleção morfológicas e funcionais. A medida ocorre após a realização das campanhas de distanciamento social em território gaúcho e à implementação do programa de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul.

A ABCCC já havia recebido a liberação da Prefeitura de Esteio no dia 14 deste mesmo mês e agora obteve a autorização do governo do Estado para realizar as seleções do Freio de Ouro e Morfologia no Parque de Exposições Assis Brasil, visando definir os animais aptos às finais da Expointer. No momento, a entidade, sensível ao grave momento sanitário do nosso país, prioriza inicialmente o retorno das atividades das três modalidades de seleção da raça: Freio de Ouro, Morfologia e Marcha de Resistência. Da mesma forma, as confirmações de machos também serão autorizadas.

Com isso, a partir de agora, os núcleos de criadores ficam autorizados a marcar junto à ABCCC etapas credenciadoras ao Freio e confirmações de machos e devem obter autorização das autoridades municipais e estaduais competentes para a realização das atividades. Buscando viabilizar um número mínimo de credenciadoras ainda nessa temporada, a associação previamente autorizou algumas provas para núcleos que já estavam em contato com a entidade.

No comunicado, a ABCCC salienta ainda que todas as atividades devem obedecer às determinações das autoridades sanitárias municipais e estaduais seguindo um rígido protocolo sanitário, que inclui a participação apenas de trabalhadores e proprietários diretamente envolvidos, sem participação de familiares, convidados e público em geral, além do respeito às medidas de distanciamento social, controle de entrada de pessoas, uso de equipamentos de proteção e disponibilização de locais para correta higiene pessoal, além de outras medidas que serão divulgadas pela ABCCC. Estas ações buscam proteger os participantes e prevenir qualquer risco de disseminação do vírus.

No calendário, o Bocal de Ouro está previsto para ocorrer entre 18 a 21 de junho em Esteio (RS) e as demais classificatórias ao longo do mês de julho e agosto também no Parque Assis Brasil. Também foram agendadas as seleções morfológicas e a Marcha de Resistência em Jaguarão (RS). Outras modalidades terão suas finais definidas a partir de agosto, como a Paleteada, e entre o final de outubro e o mês de dezembro, como Campereada Team Penning, Ranch Sorting, Doma de Ouro, Freio Jovem, Freio do Proprietário, Inclusão de Ouro e Rédeas de Ouro. A agenda completa está no site da ABCCC (www.abccc.com.br).

Foto: Fagner Almeida/ABCCC/Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
 

Proprietários e criadores de cavalos podem auxiliar a pesquisa a definir um dispositivo seguro e que não cause dor ao animal respondendo um questionário, de forma anônima

Um estudo divulgado recentemente aborda os efeitos das ferramentas de contenções, como os cachimbos (também conhecidos como pitos), no organismo dos cavalos. A pesquisa foi realizada por Henrique dos Reis Noronha, mestre formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Antes de mais nada vale esclarecer que os cachimbos são utilizados em diversas formas de tratamento ou procedimentos veterinários. Dessa forma, eles auxiliam no controle de animais que não estejam obedecendo ao buçal ou cabresto, tais como os cavalos que não permitem o ferrageamento.

Atualmente, há quatro tipos de cachimbos de contenção. São eles: o “cachimbo alemão”, uma corrente que é colocada sobre a gengiva do animal; o cachimbo metálico, um equipamento de aço preso ao focinho como um alicate; o cachimbo tradicional, um pedaço de madeira com uma argola de corda na ponta, também fixada no focinho ou na orelha; e, por fim, a Twitch Tape, uma fita adesiva colada sobre o focinho do cavalo.

Todas essas ferramentas deveriam atuar apenas como distração para facilitar o manejo do animal. No entanto, em alguns casos, após os primeiros minutos de uso, há a mácula do cavalo, causando desconforto.

Sabendo disso, o intuito da pesquisa foi realizar testes com esses quatro tipos de contenção para compreender os efeitos contidos em alguns desses instrumentos. Confira abaixo mais detalhes!

Uma simples fita adesiva

Nos primeiros testes realizados pelo pesquisador, a Twitch Tape foi a única que manteve o papel de distratora. Afinal, ao final da fita há uma pequena folga que fica entre as narinas e que faz com que o cavalo se distraia ao tentar interagir com ela.

Para Henrique Noronha, a qualidade de vida do trabalhador e o bem-estar do cavalo são um dos maiores objetivos da pesquisa. “Propor métodos que sejam mais eficientes, que possam dar segurança para quem está trabalhando e, ao mesmo tempo, não causar algum prejuízo ao bem-estar dos animais é extremamente importante”.

Nesse sentido, os testes foram baseados em uma escala de reatividade e comportamento chamado Etograma. Registrando, assim, o comportamento expressado – estresse, sofrimento, dor, ansiedade, agrado etc. – pelo animal durante o uso das ferramentas.

Agora o próximo passo da pesquisa consiste em uma análise laboratorial de amostras coletadas durante o processo experimental. Nesta etapa, serão medidos vários parâmetros como hemograma, nível de cortisol no sangue, saliva e outros mecanismos que são indicadores de estresse.

Depois, outra etapa é composta por uma pesquisa de opinião, disponível para que criadores, usuários, manejadores, ferreiros e veterinários possam responder sobre o uso dos cachimbos, bem como qual é o método utilizado por eles. Para acessar a pesquisa, clique aqui.

Por fim, vale ressaltar também que a pesquisa é anônima e de extrema importância para a definição de um dispositivo seguro e que não cause dor ao animal.

Fonte: ABCCC
Crédito das fotos: Divulgação

ABCCC define jurados para a Nacional da Morfologia na Expointer

Com o calendário das exposições morfológicas Passaporte estabelecido, as quais percorrerão 19 cidades brasileiras em 2020, os jurados da Morfologia em Esteio (RS) durante a Expointer agora também são conhecidos. Os técnicos credenciados à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Rodrigo Py e Felipe Maciel, formam a dupla responsável por avaliar e definir os melhores exemplares da raça.

O ano de 2020 representa para Rodrigo Albuquerque Py a oportunidade de julgar pela terceira vez uma avaliação morfológica na Expointer, na qual avaliará a categoria machos. A trajetória para esse técnico da ABCCC começou em 1999 e não parou mais, perpassando por finais e seleções importantes, tais como o Freio de Ouro, final nacional do Freio Jovem e a Prévia Expo FICCC. Por outro lado, responsável pela categoria fêmeas, a Morfologia 2020 em Esteio será a primeira para o técnico natural de Porto Alegre (RS), Felipe Caccia Maciel. Jurado desde 2001, começou a sua carreira em uma classificatória, em Itu (SP), e desde então atua dentro e fora do Rio Grande do Sul, incluindo uma final do Freio de Ouro argentino, no ano de 2017.

Durante cinco meses, as exposições Passaporte vão percorrer o país para encontrar os melhores exemplares da raça e levá-los à morfologia na Expointer. Serão 19 cidades, em seis Estados brasileiros, nas quais até oito animais, quatro machos e quatro fêmeas, poderão garantir o passaporte para um dos grandes momentos do tripé de seleção da raça. Além das Passaportes, ao final do ciclo na pista de Esteio também ocorre uma Prévia para selecionar mais participantes.

Fotos: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação
Texto: Pedro Henrique Krüger/ABCCC
 

Inclusão de Ouro chega ao Estado do Rio de Janeiro

Com o sucesso do primeiro ciclo da Inclusão de Ouro da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), em 2019, fazer parte do time de competidores da modalidade oficial da raça Crioula tornou-se um objetivo em comum entre muitas Pessoas com Deficiência (PCD) que utilizam o cavalo como um aliado ao desenvolvimento da mente e do corpo através da equoterapia. E esse caminho de oportunidades chegou ao Rio de Janeiro, mais especificamente na Fazenda Boqueirão, de propriedade da criadora Flávia Araripe Júnior.

A fazenda recebeu três candidatos à próxima prova da Inclusão, que já está marcada para acontecer durante a programação da Credenciadora Mista ao Freio de Ouro, no dia 3 de novembro, em Sapucaia (RJ). Os três candidatos – dos oito prováveis participantes – são integrantes do Centro de Equoterapia de Petrópolis, e estabeleceram o primeiro contato com o Cavalo Crioulo, por meio de LAA Cariucha – égua da Fazenda Boqueirão que já correu credenciadora ao Freio de Ouro e será, inclusive, disponibilizada para participação no ciclo. “Foi emocionante receber essa turma lá em casa e é impressionante ver a conexão que se desenvolve entre essas pessoas e os cavalos. Acredito que isso seja baseado na confiança, pois é uma conexão que se dá muito rápida. É muito bonito de ver”, ressaltou Flávia, que também selecionou outros dois cavalos para serem doados à competição.

Ao longo dos próximos dias, mais candidatos serão recebidos por Flávia e a programação será divulgada em breve. Mas ela já adianta: “vocês vão conhecer o Hugo, estudante de zootecnia que perdeu a visão aos três anos, mora sozinho há seis, cozinha, passa roupa e não só monta a cavalo como salta obstáculos”, conta.

Foto: ABCCC/Divulgação
Texto: Marina Bonati/ABCCC

Lei reconhece modalidades equestres como Patrimônio Cultural brasileiro

A alteração da lei nacional nº 13.364, de 29 de novembro de 2016, traz grande notoriedade às provas equestres que movimentam o território brasileiro, em especial às que abrangem as modalidades da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Nesta quarta-feira, 18 de setembro, a lei passou a incluir a Campereada, Doma de Ouro, Enduro, Freio de Ouro, Laço Comprido, Marcha de Resistência, Morfologia e Rédeas – além de movimentos que regulamentam as mesmas – como Manifestação Cultural, Artística e Patrimônio Nacional.

De acordo com o documento publicado pelo Diário Oficial da União, assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, “Altera a Lei nº 13.364, de 29 de novembro de 2016, para incluir o laço, bem como as respectivas expressões artísticas e esportivas, como manifestação cultural nacional, elevar essas atividades à condição de bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro e dispor sobre as modalidades esportivas equestres tradicionais e sobre a proteção ao bem-estar animal.”

Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Francisco Fleck, trata-se de uma grande conquista geral para instituições voltadas aos esportes equestres. Pois, assim como a ABCCC, a Associação Brasileira de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), a Sociedade Rural Brasileira, o Instituto Pensar Agro e a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) trabalharam juntos há mais de um ano mobilizando os apoios em Brasília (DF), desde a criação do Projeto de Lei 8240/2017. “Isso é muito importante para dar segurança jurídica às nossas provas”, destaca. Isso porque “a lei também regulamenta a questão do bem-estar animal e a partir de agora as entidades terão, junto ao ministério, a sua regulamentação aprovada”, conclui.

Sendo assim, de acordo a lei, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fica responsável por aprovar os regulamentos respectivos, que compreendem regras de proteção ao bem-estar animal, fortalecendo as medidas já abraçadas pela raça Crioula em prol da integridade de todo e qualquer animal envolvido nos eventos oficiais do Cavalo Crioulo.

Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação
Texto: Marina Bonati/ABCCC