Cavalo de Troia – Fotografia campeira

Esta semana publicamos a entrevista com o fotógrafo regionalista Eduardo Rocha, estar com ele me fez pensar no privilégio de poder ver uma fração de segundos perpetuado na imagem. Como jornalista já tentei inúmeras vezes fotografar o mais lindo cavalo que já ví, um lobuno de nome Xangô que roubou meu coração, e ele parecia sempre um pangaré nas minhas fotos.

Liga a máquina, ajusta ISO, diafragma … velocidade: clica. Vem a imagem, perfeita … seria só isso?

A fotografia não é feita só de regras e técnicas…. não é apenas isso que vai fazer uma foto ser boa. É preciso saber olhar com os sentimentos para fotografias incríveis florescerem.

Ele é Natural de Dom Pedrito, Eduardo Rocha tem uma vivência pessoal ligada à fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Tão conhecido pelo trabalho voltado ao registro de temas regionalistas ele transforma cenários simples da lida campeira, paisagens e habitantes da Campanha em arte. Proprietário da Visual Agência  tem seu trabalho reconhecido com especialização no setor primário.

Na trajetória de Eduardo, cruzaram importantes nomes da cultura regional, ….. artistas, poetas e músicos reconhecidos nacionalmente que lhe renderam um novo projeto que se intitula EloSul. Ele também integrou várias expedições dos Cavaleiros da Paz, registrando a passagem do grupo por vários continentes.

Como fotógrafo, consegue buscar aquele ângulo, aquela luz, aquele momento, e eternizá-los em harmonia, beleza, onde o imperfeito passa a se perfeito. E de tão lindas imagens foi convidado a expor no Memorial do rio Grande do Sul com exposição da série fotográfica ‘Interiores’,

Mas o que realmente faz duas pessoas participarem do mesmo curso, ter os mesmos mestres, escolher a mesma face da imagem para clicar e ela ser totalmente diferente uma da outra no resultado….

Basta estar por poucos minutos próximo a Eduardo que vc vai entender, ele consegue encontrar no detalhe uma imagem não reconhecida, ele ouve o que passa desapercebido para a maioria das pessoas, ele percebe movimentos na sala ao lado… a sensação que se tem é que ele percebe o mundo com 5, talvez 6 ou quem sabe 7 sentidos, vai saber…

A intenção da foto é parar o tempo eternizar um momento, mas o certo é que para ver além das aparência é preciso muita sensibilidade. Talvez o segredo esteja justamente na empatia. Empatia que ele tem de sobra que o faz transitar em tantos meios e mídias e ser tão bem quisto.

Ele chama isso de trabalho, mas a luz  no olhar declara o real valor da imagem para ele. No trabalho ele se move como se fizesse parte integrante da paisagem, como se fosse parte da musculatura do animal, ou parte do som emitido afinadamente pelo cantor regionalista.

Minha coluna desta semana é uma singela homenagem a esses profissionais que em um clique revelam uma beleza além da conta, aquela que chamamos arte.

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