O cavalo Crioulo tem sua origem nos equinos Andaluz e Jacas espanhóis, trazidos da península ibérica no século XVI pelos colonizadores. Estabelecidos na América, principalmente na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres, formando manadas selvagens que, durante cerca de quatro séculos, enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Essas adversidades imprimiram nestes animais algumas de suas características mais marcantes: rusticidade e resistência.Em meados do século XIX, fazendeiros do sul do continente começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos cavalos que vagavam por suas terras. Esta nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do século XX, quando a seleção técnica exaltou o seu valor e comprovou suas virtudes.
Com a fuga de alguns animais e as planícies ricas em vegetação rasteira dos rincões gaúchos, numerosas manadas selvagens foram se formando constituindo a base genética do crioulo. Na década de 1970 se estabelece o intercâmbio de sangue. O Brasil compra garanhões e matrizes de outros crioulos para o melhoramento genético. Do Uruguai veio a característica da resistência, da Argentina a estrutura física e a tipicidade racial e do Chile a funcionalidade do cavalo.
O que há setenta anos era um cavalo mais parrudo, de frente pesada, hoje é um animal mais leve, mais alongado, mais esbelto, bonito e elegante. Estima-se que o número de cavalos da raça crioula no Brasil esteja bem próxima de 500 mil animais, mas é no Rio Grande do Sul que a concentração se destaca.
O crioulo é de porte médio, com altura entre fêmeas e machos em torno de 1,42m., a cabeça triangular de tamanho médio, orelhas curtas em um chanfro curto com narinas bem amplas, comparado a outras raças é um animal de cabeça delicada. No corpo, peito largo e robusto, costela ampla, o que lhe confere resistência aeróbica e firmeza na montaria. Os músculos posteriores são marcantes e lhe dão grande força de arranque e uma resistência para as lidas campeiras. O casco rijo e o aprumo consistente significam uma capacidade incrível de aguentar diferentes terrenos. Uma cola abundante, densa completam a beleza do animal como uma marca registrada da raça.
Inteligente, versátil e dócil, mais que tudo, o crioulo é um animal confiável. Essas características o fazem ainda mais importante no que poderia ser chamado de morfologia dinâmica. Mas é preciso lembrar que o crioulo atlético da atualidade é o resultado do refinamento de um processo que começou praticamente cinco séculos atrás.